O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou neste domingo (7) que não suspenderá as sanções contra o Irã até que o país retome a redução de sua produção nuclear, como estipulado no acordo de 2015.
Em entrevista ao canal CBS, Biden respondeu “não” ao ser questionado sobre a possibilidade de retirar as sanções impostas a Teerã na tentativa de obrigar o país a negociar e salvar o acordo nuclear. Ele acenou com a cabeça quando o jornalista perguntou se os iranianos deveriam parar de enriquecer urânio primeiro.
Mais cedo neste domingo (7), o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, chegou a afirmar que primeiro o governo dos Estados Unidos deveria suspender completamente as sanções contra seu país antes que o Irã voltasse a assumir os compromissos determinados no acordo nuclear de 2015.
“Se querem que o Irã volte a seus compromissos, os Estados Unidos devem suspender completamente as sanções, e não apenas de forma retórica ou no papel”, afirmou Khamenei em discurso para comandantes da Força Aérea.
O acordo nuclear foi firmado em 2015, quando os EUA eram chefiados pelo presidente democrata Barack Obama, com Joe Biden como vice. O Irã concordou em limitar seu programa nuclear em troca de alívio nas sanções econômicas.
Em 2018, contudo, o então presidente Donald Trump retirou os EUA do pacto, e retomou as sanções americanas de modo unilateral. Os outros países que seguiram no acordo mantiveram sua posição.
Estes bloqueios econômicos impedem empresas estrangeiras de fazer negócios com o Irã, sob risco de serem impedidas de comprar ou vender produtos com os EUA.
Após a decisão de Trump, o Irã foi ampliando aos poucos sua produção nuclear. Em janeiro, deixou o acordo de vez e disse que voltaria a enriquecer urânio sem respeitar restrições.
Os demais signatários do pacto – Reino Unido, França, Alemanha, China e Rússia – vinham tentando retomar o acordo nos últimos anos. Por sua vez, outros aliados americanos, como Israel e Arábia Saudita, saudaram o fim do acerto, pois desconfiavam que o Irã estivesse desrespeitando o combinado
O governo de Biden expressou sua vontade de reincorporar os Estados Unidos ao acordo mas insiste que, antes de tudo, Teerã deve cumprir totalmente seus compromissos firmados naquela ocasião.
Foto: Kevin Lamarque/Reuters