Milhares de manifestantes foram às ruas em Erfurt, capital do estado da Turíngia, onde, no último dia 5, pela primeira vez na história do pós-guerra na Alemanha, um líder regional foi eleito graças aos votos da extrema direita.
Os manifestantes se reuniram ao meio-dia no centro da cidade, sob o lema “Não aos pactos com os fascistas: Nunca e em lugar nenhum!”. Entre cartazes e bandeiras, podia-se ler alguns que diziam “Não queremos o poder a qualquer preço”.
A manifestação foi organizada por ONGs, artistas, sindicalistas e autoridades políticas, reunidos na aliança #Unteilbar (indivisível) e apoiados por movimentos como Fridays for Future e Bund.
“Protesto porque a influência da AfD (o partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha) é muito incômoda nas regiões do Leste”, afirmou a moradora de Erfurt Maria Reuter, 74. “Continuo sendo otimista, mas limites foram ultrapassados”.
A escolha de Thomas Kemmerich, do Partido Democrático Liberal (FDP), como chefe do governo estadual pegou todos de surpresa. Foi a primeira vez que a União Democrata Cristã (CDU) da chanceler Angela Merkel se alinhou à extrema direita nesse tipo de eleição parlamentar.
Depois de severas críticas e protestos em várias cidades do país, Kemmerich acabou renunciando 24 horas após a sua eleição por uma margem estreita de votos. Mas para os organizadores da manifestação, o estrago já estava feito.
“Esta eleição marca o fim de um tabu”, disse Maximilian Becker, porta-voz do grupo. “Queremos mostrar que o que acontece na Turíngia não ficará sem resposta”.