Depois de perder nas urnas para o rival de centro-esquerda Benny Gantz por apenas um assento no Parlamento, Binyamin Netanyahu ganhou nesta quarta (25) a primeira chance para tentar formar o novo governo de Israel.
“Decidi dar a você, senhor, a oportunidade de formar um governo”, disse o presidente israelense, Reuven Rivlin, durante a cerimônia de nomeação.
Netanyahu terá 28 dias para formar um Executivo e pode pedir uma prorrogação de duas semanas. Rivlin, no entanto, deixou claro que não tem o dever de conceder essa extensão.
Caso o primeiro-ministro fracasse, o presidente pode escolher qualquer membro do Parlamento para a tarefa.
A nomeação ocorre após os resultados da eleição do último dia 17, a segunda em Israel em cinco meses, na qual os partidos de Gantz e Netanyahu ficaram emparelhados. O centrista Azul e Branco, de Gantz, conquistou 33 cadeiras, enquanto o direitista Likud, de Netanyahu, obteve 32.
O Likud, no entanto, conta com o apoio de 55 legisladores no Parlamento, que é composto por 120 cadeiras, contra 54 do Azul e Branco.
Nenhuma das duas legendas, portanto, chegou ao número de 61 cadeiras – a maioria no Knesset – o Parlamento israelense.
“As chances de Netanyahu conseguir formar um governo são mais altas neste momento”, afirmou Rivlin.
O presidente acrescentou que os dez parlamentares da Lista Árabe Unida que prometeram apoiar o Azul e Branco não tinham firmado o compromisso de integrar uma gestão sob Gantz.
A legenda, que se tornou o terceiro maior grupo parlamentar após as últimas eleições e representa a minoria árabe-israelense, se opõe fortemente ao atual premiê.
Na última segunda (23), Bibi, como é conhecido o primeiro-ministro, e Gantz concordaram em negociar a formação de uma coalizão.
Um eventual governo de união nacional foi bem recebido por representantes dos partidos. A iniciativa, entretanto, não vingou.
Durante seu pronunciamento, o premiê se mostrou aberto à possibilidade. “Não poderemos formar um governo a menos que o façamos juntos”, disse ele, em aceno ao Azul e Branco.
Em um movimento inesperado, Netanyahu se dispôs a revezar o cargo de primeiro-ministro com Gantz – num modelo em que cada líder ocuparia o posto por dois anos.
“É necessário que seja criada uma abertura para o beco político sem saída em que estamos. A responsabilidade de formar um governo é de todos os parlamentares”, afirmou o primeiro-ministro, que pediu celeridade nas negociações.
Após as declarações, Gantz afirmou que seu partido ainda apoia um governo de unidade, mas se recusa a negociar com partidos de ultradireita e ultraortodoxos que tenham fechado com o Likud.