Diante do aumento de casos de antissemitismo, a capital britânica lançou uma nova rota de ônibus para garantir a segurança da população judaica, segundo noticiou a BBC em matéria publicada no jornal O Globo. A nova rota conectará dois bairros com grandes comunidades judaicas, Golders Green e Stamford Hill.

A Transport for London, o órgão governamental responsável pela maior parte da rede de transporte da cidade, coletará dados sobre o uso da nova rota de ônibus antes de decidir se a tornará permanente. O recém-lançado ônibus circulará a cada 20 minutos, das 7h às 19h, diariamente, em áreas com duas das maiores comunidades judaicas de Londres.

"Em um momento em que nossa comunidade enfrenta um antissemitismo sem precedentes, qualquer medida que aumente a confiança do povo judeu no uso do transporte público é imensamente valiosa", destacou Andrew Gilbert, copresidente da organização London Jewish Forum.

"Os judeus londrinos têm medo de deixar suas casas", disse o prefeito de Londres, Sadiq Khan, ao The Jewish Chronicle. "Portanto, essa rota direta de ônibus entre essas duas comunidades relevantes significa que você pode viajar na [linha] 310, sem precisar trocar, e se sentir mais seguro. Espero que isso leve a mais londrinos dessas comunidades a usarem o transporte público com segurança."

Sadiq Khan disse ainda que ficou impressionado com as conversas que teve nos últimos meses com a comunidade judaica. "Eles estavam aterrorizados devido ao aumento massivo do antissemitismo desde 7 de outubro do ano passado. Fui informado sobre histórias de famílias que, ao trocar de ônibus de Stamford Hill para Golders Green em Finsbury Park, estavam apavoradas com os abusos de que foram vítimas".

Segundo um relatório do Community Security Trust (CST), uma organização beneficente britânica cuja missão é oferecer segurança e aconselhamento à comunidade judaica no Reino Unido, no primeiro semestre de 2024 foi registrado no país um número recorde de 1.978 atos antissemitas.

Judeus ortodoxos na área de Stamford Hill têm sido as maiores vitimas de antissemitismo, de acordo com dados da organização judaica Shomrim, que monitora os casos e também atua como um grupo de vigilância do bairro.