“Lamentamos as mortes no Líbano, mas Israel não buscou essa guerra”, diz presidente da CONIB - Fundada em 1948, a CONIB – Confederação Israelita do Brasil é o órgão de representação e coordenação política da comunidade judaica brasileira.

26.09.24 | Brasil

“Lamentamos as mortes no Líbano, mas Israel não buscou essa guerra”, diz presidente da CONIB

Em entrevista à CNN, o presidente da CONIB, Cláudio Lottenberg, lamentou as mortes ocorridas no Líbano, em decorrência do conflito entre Israel e o Hezbollah, mas destacou que o Estado judeu apenas se defende dos ataques do grupo que já acontecem há quase um ano. “Todas as mortes são lamentáveis e devem ser evitadas a todo custo, mas é preciso entender o contexto do conflito no Líbano. O Hezbollah, financiado e comandado pelo Irã, vem bombardeando Israel desde o dia 8/10 para apoiar os terroristas do Hamas que iniciaram o conflito no sul do país. O grupo libanês lançou milhares de mísseis indiscriminadamente contra o norte de Israel desde então, um deles matando 12 crianças israelenses que jogavam futebol”, afirmou.

Destacou que Israel não buscou essa guerra. “Imagine se uma milícia armada até os dentes no Uruguai estivesse atacando o sul do Brasil indiscriminada e diariamente há oito meses. O que o Brasil deveria fazer? Israel não buscou esta guerra, tentou evitá-la por meses a fio. Basta o Hezbollah cessar fogo e cumprir resoluções da ONU para a região que a guerra termina. E me parece que há amplo apoio da população israelense ao exército do país, que é quem de fato comanda a guerra”.

Ele ressaltou que, em razão do conflito, milhares de israelenses tiveram que se deslocar para o sul do país e que Israel já havia advertido que se o lançamento de mísseis sobre seu território continuasse haveria uma ação militar em resposta. “Boa parte da população do norte de Israel está refugiada no centro do país há meses por causa desses bombardeios indiscriminados vindos do Líbano, e só não há mais mortos em Israel porque a tecnologia antimíssil do país opera milagres. Israel vem dizendo diariamente ao Líbano e ao mundo que, se os ataques do Hezbollah não parassem, não teria outra opção a não ser intensificar suas ações para defender seus cidadãos e suas fronteiras”, declarou.

Outras lideranças também comentaram o conflito. O presidente nacional da B’nai B’rith do Brasil, Abraham Goldstein, citou a ameaça do Irã ao Estado de Israel como uma das principais justificativas para a operação. “(O primeiro-ministro de Israel, Benjamin) Netanyahu tem, insistentemente, mencionado o perigo que o Irã dos aiatolás representa para Israel e para o mundo. No entanto, poucas medidas efetivas foram tomadas contra os desejos da expansão bélica deste regime. O Irã dos aiatolás financia todas as organizações que combatem o Estado de Israel – como Hamas, Hezbollah e os houthis.”

Marcos Knobel, presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp), afirmou que a guerra contra o Hezbollah é uma guerra reativa. “Desde 8 de outubro quase nove mil mísseis foram lançados do sul do Líbano pelo Hezbollah dentro do território israelense matando quase 50 pessoas, dentre elas aquele grupo de 12 crianças que estava jogando futebol. Ou seja, Israel vem aguentando todos esses ataques do Hezbollah e só não teve mais danos materiais e humanos porque tem um sistema de defesa antiaéreo. Se não fosse isso teríamos um número muito maior de baixas dentro do território israelense. É, portanto, uma guerra reativa, não preventiva”.


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