RIO DE JANEIRO | Rio de Janeiro
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A segunda atual maior comunidade judaica do Brasil começou a se formar na metade do século 19. Com a proclamação da independência em 1822 e a relativa liberdade religiosa instaurada pela Constituição de 1824, teve início a chegada de judeus à então capital do país. Antes desse período, entre os séculos 16 e 18, houve uma significativa presença de cristãos-novos no Rio de Janeiro (e também ação e perseguição por parte da Inquisição).
A primeira instituição judaica fundada na cidade foi a União Shel Guemilut Hassadim, estabelecida em 1840-1850 por judeus marroquinos que migraram do norte do Brasil. Em 1867, foi criada a Alliance Israélite Universelle; em 1873, a Sociedade União Israelita. Outra instituição dessa época é a Sociedade Israelita do Rito Português.
Na última década do século 19, havia cerca de 200 judeus vivendo no Rio de Janeiro. Em 1900, eram duas as sinagogas, e a população da cidade chegou a cerca de 2 mil pessoas no final da Primeira Guerra Mundial. Foi nesse período que começou um intenso desenvolvimento institucional e comunitário, com a criação de várias outras instituições: sinagoga Centro Israelita do Rio de Janeiro (1910), entidade assistencial Achiezer (1912, que se tornaria em 1920 a Sociedade Beneficente Israelita e Amparo aos Imigrantes – Hilfs-Ferein-Relief, ligada à JCA, Hias e Emigdirect.), Cemitério de Vila Rosali (1920), Sociedade das Damas Israelitas (Froein Farain, 1923), Lar da Criança Israelita (1923), Policlínica Israelita (1937), Lar da Velhice (1936) e outras. A Associação Religiosa Israelita (ARI) foi fundada por imigrantes judeus alemães em 1942. A ARI mantém o Lar União – Associação Beneficente Israelita (1939) e o movimento juvenil Chazit. Um centro social e cultural dos judeus era a Praça Onze, pelo menos até a década de 1950.
O movimento sionista e os grupos judaicos de esquerda eram muito ativos no Rio de Janeiro. O 1° Congresso Sionista no Brasil foi realizado em 1922 com a presença de quarto diferentes movimentos. Entre os movimentos e instituições de esquerda, socialistas, comunistas e seguidores do Bund estavam a Biblioteca Israelita Brasileira Scholem Aleichem (1915), o Colégio Israelita Brasileiro Scholem Aleichem (1928) e o Centro Operário Morris Vinchevsky (1928). Esta linha de atuação permanece até hoje por meio da Associação Scholem Aleichem. A comunidade judaica no Rio de Janeiro tem, segundo dados da Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro, 80 entidades afiliadas.
A cidade de Niterói tem uma comunidade judaica organizada desde 1916. Petrópolis e Campos também mantiveram comunidades. Em Nilópolis, a comunidade se organizou a partir dos anos 1920 e, em 1947, quando Nilópolis se tornou um município, havia cerca de 300 famílias judias vivendo ali.
O texto acima é do historiador Roney Cytrynowicz.
“Judeus no Rio”, Revista Shalom, n° 157, julho 1978
Lesser, Jeffrey H. Welcoming the Undiserables: Brazil and the Jewish Question (1995)
Malamud, Samuel. Recordando a Praça Onze (1988);
Malamud, Samuel. Documentário. Contribuição judaica à memória da comunidade judaica brasileira (1992)
Malamud, Samuel. Do Arquivo e da Memória. Fatos, personagens e reflexões sobre o sionismo brasileiro e mundial (1983).