BAHIA | Salvador
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A história dos judeus na Bahia comporta dois momentos distintos: a presença de cristãos-novos no período colonial, e a imigração e formação de uma comunidade judaica moderna no século 20.
A presença de cristãos-novos na Bahia remonta ao início da colonização do Brasil. Alguns sustentam que já na frota de Pedro Álvares Cabral figurava um cristão-novo, Gaspar da Gama.
Muitos chegaram ao Nordeste, onde tiveram participação no desenvolvimento social, cultural e econômico da região, nos séculos 16 a 18, como senhores de engenho, comerciantes, agricultores, artesãos e outros ofícios. Ao mesmo tempo, enfrentavam restrições para pertencer a ordens religiosas, como as Irmandades de Misericórdia, e às Câmaras Municipais.
De qualquer forma, não existe relação entre a história dos cristãos-novos no período colonial e a história moderna judaica na Bahia no século 20. Uma não é continuidade da outra, e elas se referem a períodos e movimentos históricos inteiramente distintos.
Os judeus imigraram para Salvador na década de 1920 e formaram uma comunidade organizada e com intensa vitalidade social e cultural: em 1924, uma sinagoga foi instalada em uma casa particular e, em 1925, foi fundada a Escola Israelita Jacob Dinenzon. Nos anos 1930, foi criada a escola Ber Borochov, de orientação sionista.
Foram também criados um cemitério, a Sociedade Beneficente, Wizo, Naamat-Pioneiras e o clube Hebraica. A Sociedade Israelita da Bahia foi fundada em 1947. A comunidade chegou a ter cerca de 800 pessoas e suas atividades incluíam teatro e imprensa.
Ao longo do século 20, pequenos núcleos judaicos também se estabeleceram em Ilhéus, Itabuna, regiões do cacau, e Bonfim, Petrolina, Juazeiro e Jacobina, acompanhando o Rio São Francisco.
O texto acima é do historiador Roney Cytrynowicz.
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