A comunidade judaica homenageou neste domingo (5) as vítimas dos ataques terroristas sofridos por Israel em 7 de outubro de 2023, em evento organizado pela CONIB, Fisesp, StandWithUs Brasil e Hebraica e que lotou o clube a Hebraica de São Paulo e emocionou o público presente.

Um grande telão exibiu cenas dos momentos trágicos do ataque terrorista e mostrou a inauguração de um memorial permanente no clube em homenagem às vítimas.

Jairo Charak Roizen, da Fisesp, e Deborah Sutton Chammah, da StandWithUs Brasil, apresentaram o evento.

O presidente da Hebraica, Deyvid Arazi, abriu o evento: “Esta homenagem é antes de tudo um ato de honra e de amor. “Honramos as vítimas, honramos as famílias e todos que de forma indireta vivenciaram esse horror. Reafirmamos o nosso compromisso para que as novas gerações nunca esqueçam e para que nunca mais aconteça o que aconteceu”.

O presidente da Fisesp, Marcos Knobel, falou em seguida, destacando o histórico de perseguições aos judeus, desde a época do antigo Egito. “o que nos caracteriza é a resiliência. E este episódio recente e tudo o que aconteceu nesses últimos dois anos nos manteve fortes e unidos para combater todos os inimigos. E comunidade judaica internacional se uniu em torno de seu bem maior que é o Estado de Israel, levando ajuda psicológica, física e financeira. E a força e a resiliência de nossos irmãos reféns, que mantiveram a esperança de um dia voltar para casa. E nós queremos eles em casa agora!”

Andre Lajst, presidente da StandWithUs Brasil, também destacou a força da comunidade e a união em prol do Estado de Israel. Falou especialmente da força da comunidade judaica de São Paulo, que “neste Yom Kippur reuniu em torno de 25 mil pessoas rezando por Israel e para a comunidade judaica, no mesmo dia em que tivemos um atentado terrorista numa sinagoga”. “Isso mostra que o nosso povo está unido”. Também elogiou o Departamento de Segurança Comunitária (DSC) da Fisesp pelo trabalho, o que manteve os serviços religiosos funcionando na mais pura tranquilidade”. Falou sobre antissemitismo, Holocausto e o 7 de outubro. “Desta vez, porém, somos livres e podemos lutar pelos nossos direitos”. “Nosso povo segue ferido, Israel traumatizado, mas se tem algo que história já provou é que o povo judeu é resiliente em seus momentos mais difíceis. Nunca desistimos e nunca desistiremos”. Citou como exemplo de resiliência Rafael Zimerman, sobrevivente do massacre de 7 de outubro e presente no evento e muito aplaudido pelo público. “Ele é a prova viva da resiliência do povo judeu!”, destacou.

Claudio Lottenberg, presidente da CONIB, abordou as narrativas anti-Israel que levaram ao aumento do antissemitismo no Brasil e no mundo. “Estamos aqui hoje para relembrar, refletir e, sobretudo, para reafirmar a nossa coragem, que é o antídoto contra o medo. E não apenas pelos nossos antepassados, mas, principalmente, pela nossa juventude, a quem devemos deixar um legado, de continuidade, de perseverança, que traduzem a história do povo judeu. História essa que é feita de perseguições, tentativas de apagamento, mas também de resistência e resiliência”. Também destacou a importância do acordo de paz proposto pelo presidente americano Donald Trump. “Desde o início sabíamos o que tinha que ser feito: libertar os reféns, desarmar e acabar com o grupo terrorista, porque quem tem que se livrar do Hamas são os palestinos e não apenas nós, judeus, e Israel”. Falou ainda sobre o cenário de grande polarização, “em que as ideologias tentam capturar as narrativas muito mais em cima de um protagonismo individual de pessoas que querem espaço em debate global, do que propriamente alguém que se dedica a construir uma sociedade. A nossa missão como judeus e como brasileiros é maior do que qualquer disputa política. Nós não somos instrumento de partidos. Não somos de esquerda, nem de direita. Somos pessoas comprometidas com valores, com a verdade e com a defesa da democracia e dos direitos humanos”.

Também falaram no evento o cônsul de Israel, Rafael Erdreich, Rafael Feder, do Fundo Comunitário; Rudi Solon, do KKL; Estela Schorr-Filu, da Agência Judaica.

O evento contou com apresentação musical de jovens e terminou com o público cantando Hatikvá, o Hino de Israel.