21.10.25 | Brasil
Evento em homenagem a Vlado Herzog vai recriar ato inter-religioso na Catedral da Sé
O Instituto Vladimir Herzog e a Comissão Arns vão promover no próximo dia 25 de outubro a recriação histórica do ato inter-religioso em memória do jornalista judeu Vladimir Herzog, na Catedral da Sé. O evento marca os 50 anos do assassinato de Vlado e homenageia também todas as vítimas da ditadura.
Será uma noite de forte simbolismo democrático, com manifestações inter-religiosas, presença de lideranças religiosas, familiares, parlamentares, autoridades e apresentações culturais - incluindo a leitura comovente de uma carta da mãe de Vlado, Zora Herzog, na voz de Fernanda Montenegro.
Vlado foi torturado e morto aos 38 anos no dia 25 de outubro de 1975 nas dependências do Doi-Codi (Destacamento de Operações de Informações-Centro de Operações de Defesa Interna), reduto militar de inteligência e torturas do antigo II Exército em São Paulo. O jornalista havia sido detido no dia anterior sob ‘suspeita’ de ligações com o Partido Comunista Brasileiro (PCB). Na época ele trabalhava na TV Cultura. O Exército tentou montar uma farsa e alegou que Vlado se suicidara por enforcamento na cela.
O rabino Henry Sobel teve importante papel no caso, ao se recusar a enterrar Vlado na ala dos suicidas no Cemitério Israelita do Butantã, negando dessa forma a versão oficial do então regime militar.
No programa Roda Viva da TV Cultura desta segunda (20), o filho de Vlado e presidente do Conselho do Instituto Vladimir Herzog, Ivo Herzog, falou sobre o assassinato do pai e as marcas profundas que o episódio deixou na família. Lembrou também da frase que sua mãe, Clarice, dissera na ocasião: “O caso do seu pai não é um caso sobre nós, é um caso sobre todos”. “Portanto, a luta de 50 anos é pelo legado e pela democracia”, pontuou Ivo.
O caso teve grande impacto na sociedade brasileira e impulsionou a luta pela redemocratização do país.