Representante da CONIB participa de evento do CJM na Hungria para discutir o impacto do conflito Rússia-Ucrânia sobre as comunidades judaicas  - Fundada em 1948, a CONIB – Confederação Israelita do Brasil é o órgão de representação e coordenação política da comunidade judaica brasileira.
Foto: Sergio Napchan

01.07.22 | Notícias

Representante da CONIB participa de evento do CJM na Hungria para discutir o impacto do conflito Rússia-Ucrânia sobre as comunidades judaicas

Representantes de cerca de 50 países, entre eles o Diretor Geral da Confederação Israelita do Brasil (CONIB), Sergio Napchan, participaram de evento – entre os dias 25 e 28 de junho – promovido pelo Congresso Judaico Mundial (CJM) na cidade de Budapeste, na Hungria, para discutir questões relacionadas ao antissemitismo, à guerra entre Rússia e Ucrânia e o impacto desse conflito nas comunidades judaicas europeias .

Segundo observou Napchan, esse é um conflito carregado de simbolismos que podem afetar o judaísmo europeu. São dois países, onde existem grandes comunidades judaicas organizadas, diz ele. Apesar de um histórico hostil com relação aos judeus que residiam nesses países antes da Segunda Guerra Mundial, a situação mudou nos últimos 20 a 30 anos. Os judeus que agora vivem nessas nações gozam de uma situação razoavelmente estável, sem registros de casos de antissemitismo. Ao contrário, os governos dos dois países têm políticas claras para assegurar o bem-estar das comunidades judaicas.

O próprio fato de a Ucrânia ter um presidente democraticamente eleito, de origem judaica – Volodymyr Zelensky – seria uma situação inimaginável no passado recente.

O presidente russo, Vladimir Putin, alega a necessidade de proteger a população da Ucrânia diante do crescimento da influência do Ocidente e da vulnerabilidade desse país. Segundo ele, a intenção da Rússia ao invadir a Ucrânia é a de proteger a população ucraniana e “desnazificar” o país. É importante observar que a comunidade judaica russa também goza de proteção e de boas relações com a esfera pública do país.

Além da tragédia do número estimado de quase 20.000 mortos (não há registros oficiais sobre o número de vítimas), outra consequência do conflito é o aumento de refugiados para países vizinhos, uma situação já vivida pela Europa durante a Segunda Guerra. O lado positivo dessa situação tem sido a mobilização humanitária de vários países da região para acolher os refugiados da Ucrânia.

É importante destacar que o governo de Israel fez alguns movimentos, sem sucesso, na tentativa de mediar o conflito, uma vez que o Estado israelense abriga um número significativo de judeus russos e ucranianos.

Mas a grande preocupação das lideranças de algumas comunidades judaicas europeias é de que essa situação possa gerar um aumento do antissemitismo na região, pela eventual necessidade de se criar um bode expiatório para justificar o conflito, situação já vivida pelos judeus no passado.

Os participantes do encontro tiveram a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a história da comunidade judaica húngara e o trágico desfecho dos mais de 400 mil judeus mortos em campos de extermínio, vítimas do nazismo. Budapeste é uma cidade com marcos importantes e os judeus fizeram parte do desenvolvimento e da cultura locais. Calcula-se que 20% da população da cidade era formada por judeus antes da Segunda Guerra. A estimativa é de que hoje vivem cerca de cem mil judeus em todo país.

O brasileiro Marcos Prist, que vive em Portugal há quase 20 anos, representou a comunidade judaica de Lisboa no evento. Na foto, ele aparece ao lado de Sergio Napchan e da Embaixadora do Brasil em Budapeste, Susan Kleebank.


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