Organizado pelo Congresso Judaico Latino-Americano (CJL) e pelo Ministério das Relações Exteriores de Israel, o 2º Fórum Latino-Americano de Combate ao Antissemitismo, reunido em Buenos Aires neste domingo (17), discutiu a adoção de estratégias para o combate ao crescente antissemitismo e ao discurso de ódio na América Latina. “Foi uma excelente oportunidade para debater os aspectos contemporâneos do antissemitismo, com Deborah Lipstadt, enviada especial do Departamento de Estado americano para o Combate ao Antissemitismo, no âmbito do Forum Latino-Americano contra o Antissemitismo”, disse à CONIB Fernando Lottenberg, presidente do Conselho Consultivo da instituição e Comissário da OEA para o Monitoramento e Combate ao Antissemitismo. Fernando Lottenberg participou de um dos painéis com Deborah Lipstadt (foto). Indicados pela CONIB, também participaram o Ministro Sidney Leon Romeiro, Diretor do Departamento de Oriente Médio do Itamaraty, e o Promotor e Procurador-Geral de Justiça Fernando da Silva Comin. Assista ao evento no link: https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=zFDbjZn5fnw

O evento contou com a participação de mais de 200 especialistas e representantes de 20 países – legisladores, juízes, membros de governos, acadêmicos e de comunidades judaicas da América Latina -, entre eles Jimmy Morales, ex-presidente da Guatemala, e Dani Dayan, presidente do Yad VaShem (Museu do Holocausto de Israel). O evento contou com as boas-vindas do primeiro-ministro de Israel, Yair Lapid, e do presidente do Congresso Judaico Mundial, Ronald Lauder. O presidente do Knesset (Parlamento israelense), Mickey Levy, também enviou mensagem, elogiando a iniciativa do fórum.

Dani Dayan falou sobre o encontro que teve com o papa e destacou que é preciso entender o que foi a Shoá em toda a sua dimensão como um primeiro passo para combater o antissemitismo.

Claudio Epelman, Diretor Executivo do CJL, destacou que o evento foi uma oportunidade única para que diferentes setores das sociedades pudessem se reunir para trocar ideias e experiências. O trabalho em equipe, disse ele, é essencial para que as estratégias de combate ao antissemitismo sejam efetivas no longo prazo e elas devem abranger todos os setores da sociedade.

Os participantes discutiram os principais desafios da luta contra o antissemitismo na América Latina e as possíveis abordagens contra essa e outras formas de discriminação. Também foram abordadas questões como a violência e atos de antissemitismo nos estádios de futebol e a necessidade de os países da região aderirem à definição de antissemitismo da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA), já adotada por alguns países da região, como Guatemala, Colômbia, Argentina e Uruguai. Também os times River Plate e Boca Juniors anunciaram a sua adesão à definição da IHRA durante o evento.

Os participantes também ouviram relatos de alguns sobreviventes do atentado à organização judaica AMIA, em 18 de julho de 1994 em Buenos Aires, e participam, nesta segunda-feira (18) de ato em homenagem às vítimas do pior ato terrorista na Argentina. O evento será realizado pela manhã no mesmo horário e local do ataque que matou 85 pessoas e deixou mais de 300 feridos.