19.04.23 | Mundo
Matéria destaca a organização e a resistência dos judeus no Gueto de Varsóvia
Matéria publicada na Folha de S. Paulo nesta quarta-feira (19) destaca a organização que havia no Gueto de Varsóvia, onde estavam confinados mais de 400 mil judeus em pouco mais de 3 quilômetros quadrados. Passando fome e enfrentando doenças, falta de remédios e outras restrições impostas pelos nazistas, os judeus se organizaram e criaram associações de proteção à criança, grupos dedicados ao ensino do judaísmo, do hebraico e do iídiche e escolas que funcionavam até mesmo em porões para driblar os alemães — essas atividades eram proibidas pelo regime nazista. A matéria cita a pesquisadora Nanci Nascimento de Souza, que estudou a educação clandestina no Gueto de Varsóvia em um mestrado na USP. Ela afirma que havia orientações às crianças para evitar doenças, por exemplo, mas também aulas de latim e grego e classes de física e química. Havia, inclusive, um estudo sobre as consequências psicológicas e fisiológicas da fome e, segundo a pesquisadora, por meio da educação os judeus ali confinados validavam a sua existência como indivíduos e como povo. Ali, segundo a pesquisadora, a resistência se manifestou em todas as áreas da vida humana: na alimentação da família, na ajuda aos desabrigados, no acolhimento dos órfãos, na produção artística e nas pesquisas científicas. Após o Levante, a população do gueto foi praticamente dizimada: muitos morreram na resistência armada, outros em campos de concentração e poucos conseguiram fugir. Calcula-se que cerca de 3 milhões de judeus morreram na Polônia durante o Holocausto, metade do número total de mortes causadas pelo nazismo na Europa durante a Segunda Guerra.