O livro do jornalista e escritor britânico Jonathan Freedland, colunista do The Guardian, Arte da Fuga conta a história do fugitivo judeu Walter Rosenberg que foi um dos primeiros a denunciar Auschwitz, em abril de 1944. Após viver e testemunhar sofrimentos, tentativas fracassadas de fuga de companheiros e se preparar bastante, o adolescente Rudolf Vrba — que na época ainda se chamava Walter Rosenberg — tornou-se um dos primeiros judeus a escapar de Auschwitz e abrir caminho para a libertação de outros prisioneiros. Além de salvar a própria vida, o seu objetivo era revelar ao mundo a verdade sobre o campo de extermínio. Vrba pretendia alertar os judeus da Europa sobre o destino que os esperava quando embarcassem no trem rumo ao “reassentamento”, convicto de que o conhecimento da verdade os salvaria.

De acordo com matéria de Guilherme Amado, no site Metrópolis, no livro, Freedland relata que ele e seu colega Fred Wetzler traçaram minuciosamente um roteiro de fuga, escalando montanhas, cruzando rios e se protegendo da perseguição de soldados nazistas até chegaram em local seguro, onde conseguiram relatar ao mundo os horrores de Auschwitz. Um relatório forense detalhado acabou chegando ao conhecimento de Franklin Roosevelt, Winston Churchill e do papa. Na ocasião, porém, pouquíssimas pessoas levaram a sério o relato, diante do tamanho da crueldade contida nas denúncias. Ainda assim, Rudolf Vrba ajudou a salvar a vida de cerca de 200 mil judeus, número que pode ter sido bem maior.

Com a obra, Freedland pretende mostrar que Rudolf Vrba merece ocupar um lugar de destaque na história, ao lado de nomes como Anne Frank, Oskar Schindler e Primo Levi, como um personagem cuja ação colaborou para elucidar fatos e acontecimentos que ajudaram a compreender melhor o que foi o Holocausto.