30.08.23 | Mundo
Acordos de Oslo completam 30 anos, sem ter alcançado a paz esperada
Os acordos de Oslo, assinados em 30 de agosto de 1993 entre o primeiro-ministro israelense Yitzhak Rabin, o presidente americano Bill Clinton e o líder palestino Yasser Arafat, não trouxeram a paz esperada entre Israel e palestinos e, de acordo com matéria de Michael Bachner, no Times of Israel, apenas confirmaram os temores de líderes israelenses, que previam uma sucessão de ataques terroristas.
De acordo com a matéria, documentos revelados nesta terça-feira (29) em Israel mostram as preocupações de ministros, do então primeiro-ministro Yitzhak Rabin e especialmente do então chefe de gabinete das IDFs (Forças de Defesa de Israel), Ehud Barak, em relação aos desdobramentos do acordo, com a segurança do país, bem como à sua coesão, em meio a protestos em massa da direita.
Mas, apesar das preocupações, os ministros acabaram optando por dar uma oportunidade à paz, acreditando que não havia alternativa melhor. Na ocasião, dezesseis votaram pela aprovação do acordo e dois se abstiveram.
“Este é um acordo difícil”, disse Rabin no início da reunião de gabinete, de acordo com os documentos revelados. Rabin disse que Israel estava fazendo mais concessões aos palestinos do que receberia em troca e sem qualquer garantia de Arafat de que os palestinos renunciariam ao terrorismo.
E o histórico aperto de mãos - registrado em fotos estampadas nos principais jornais mundiais – entre os líderes israelense e palestino não foi suficiente para impedir os atos terroristas que sucederam o pacto.
Yitzhak Rabin foi assassinado no dia 4 de novembro de 1995 por um israelense de extrema direita durante uma manifestação de celebração da paz na praça dos Reis, em Tel Aviv. E uma série de ataques terroristas foram cometidos por grupos palestinos, especialmente a Jihad Islâmica, contra israelenses.
Os extremistas dos dois lados fizeram com que as principais questões que ainda precisavam ser discutidas no acordo, como fronteiras, o status de Jerusalém e o futuro dos refugiados palestinos, acabassem sendo adiadas.