23.10.23 | Mundo
“A nova desordem mundial”
Editorial de O Estado de S.Paulo neste domingo (22) analisa o papel da ONU no atual conflito no Oriente Médio e correlação de forças entre as grandes potências, afirmando que “o pesadelo em Israel deveria ser um momento de clareza moral”. “Ele reacendeu debates sobre as ambivalências no Oriente Médio, especialmente sobre as ações e omissões de israelenses e palestinos. Mas as centenas de civis, sobretudo mulheres e crianças, executados, mutilados ou estuprados são um alerta de que, além dos matizes geopolíticos e ‘choques de civilizações’, há uma luta do bem contra o mal, da civilização contra a barbárie. Ainda assim, dias após a carnificina, o Conselho de Segurança da ONU – que deveria ser a polícia do mundo – foi incapaz de emitir uma manifestação – muito menos uma resolução – que deveria ter saído em minutos”.
O editorial afirma que novos conflitos sinalizam que a ordem do pós-guerra morreu, mas a nova ainda não nasceu: ante a escalada da competição entre potências, o mundo precisa de um novo modelo de cooperação.
Por ora, diz o texto, o que se vê é a coalescência de ordens “plurilaterais” ou “minilaterais” que buscam acomodar interesses, valores e poder. Mas esta década, na qual a Rússia busca asseverar sua força na Europa; o Irã, no Oriente Médio; e a China, na Ásia, provavelmente definirá a fisionomia do século 21.