31.10.23 | Mundo

“Árabes, muçulmanos e cristãos, todos devem lembrar dessa data, porque o que aconteceu aqui foi um massacre como eu jamais vi”, diz major árabe do Exército israelense

Em entrevista por videoconferência desde Tel Aviv a Mônica Bergamo e Bianka Vieira, na Folha de S.Paulo, Ella Waweya, de 34 anos, a primeira mulher muçulmana e de origem árabe a assumir um posto de comando do Exército israelense, fala sobre os ataques do Hamas, em 7 de outubro, e diz que não podem ser esquecidos.

“Sou uma árabe muçulmana que chegou ao Exército como voluntária. Como muçulmana, eu não tinha a obrigação de me alistar”, diz ela, que é porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDFs) para o mundo árabe. Ella Waweya diz que sua missão é mostrar ao planeta o horror perpetrado pelo grupo terrorista Hamas para que o que ocorreu em Israel no dia 7 de outubro jamais seja esquecido. "Árabes, muçulmanos e cristãos, todos devem lembrar dessa data, porque o que aconteceu aqui foi um massacre como eu jamais vi", afirma ela na entrevista. E a sua atuação não é diretamente em Gaza, mas nas redes sociais e nos meios de comunicação.

Nascida e criada no vilarejo israelense de Qalansuwa, Waweya se alistou em segredo e manteve suas atividades militares escondidas da família por mais de um ano. Quando descobriu o segredo, a mãe dela chegou a jogar seu uniforme fora. Hoje, diz, tem orgulho da filha. Ella Waweya diz se orgulhar do trabalho que tem sido feito pelas forças israelenses e responsabiliza o Hamas pelas mortes de crianças e civis em meio ao confronto que assola a Faixa de Gaza. “O Hamas utiliza as pessoas como escudos humanos. É um grupo terrorista que controla a sua população e faz de tudo para que ela não saia de onde está, mesmo sabendo que um ataque está vindo. Quando entrou em Israel e massacrou as pessoas, o Hamas não deu nenhum aviso. Entrou para matar. A diferença entre as Forças de Defesa de Israel e o Hamas é que nós carregamos esse código de conduta, sobre a honra do ser humano, a vida do ser humano, como se portar em relação ao outro. Já com o Hamas encontramos, literalmente, instruções escritas de como matar judeus, de como massacrar crianças, de como afiar facas e tirar seus corações”.

“A gente publicou uma ligação entre um terrorista, que estava aqui em Israel, e seu pai. Ele pega o telefone da pessoa que assassinou, liga para o pai e diz: "Pai, matei com minhas próprias mãos mais de dez judeus. Agora falo com vocês do telefone de uma judia, ela e seu marido foram assassinados por mim."

“As mulheres em Gaza, é preciso entender, criam seus filhos, ficam grávidas durante nove meses. E para que fazem isso? Criam e educam para que depois matem e estuprem pessoas? Tenho 1.000% de certeza que não.

Não há mãe que crie seu filho para que ele seja um assassino ou morra. E nós, como mulheres, não podemos legitimar isso.

Essas mulheres querem um mundo melhor para os seus filhos, e o Hamas impede que isso aconteça.

Árabes, muçulmanos e cristãos, todos devem lembrar dessa data, porque o que aconteceu aqui foi um massacre como eu jamais vi. Uma desgraça que não pode ocorrer em nenhum país, nenhuma nação.

A minha missão é passar para o mundo o que aconteceu no dia 7, para que todo o mundo lembre e nunca mais esqueça. O povo judeu não pode passar de novo pelo que houve no passado”.


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