22.04.24 | Brasil
Brasileiro que combateu em Gaza após o 07 de outubro relata suas experiências em encontro na Fisesp
Neto de sobreviventes do Holocausto, o brasileiro Henry Tkcaz sempre teve amor por Israel. Em 2014, aos 19 anos de idade fez aliá e realizou seu sonho de se alistar na Tzahal. Nessa ocasião, chegou a entrar três vezes em Gaza em arriscadas missões que tinham o objetivo de tentar localizar tuneis que estavam sendo construídos pelo Hamas já naquela época.
Na quinta-feira, 18 de abril, ele compartilhou suas experiências durante um bate-papo na Sede da Federação Israelita do Estado de São Paulo, mediado pelo presidente executivo Ricardo Berkiensztat, que contou com a presença de profissionais comunitários.
Logo após os ataques terroristas perpetrados pela Hamas e assim que a guerra se iniciou, Henry que tinha voltado a morar no Brasil, largou tudo o que tinha aqui e retornou a Israel como reservista. Sabendo da escassez de equipamentos para os soldados, fez uma “vaquinha” antes de embarcar e ao chegar em Israel adquiriu capacetes, coletes e porta carregadores, entre outros itens.
Enquanto a família aqui no Brasil achava que Henry estava indo para Unidade de Inteligência, ele já estava no Kibutz Re’im, bem próximo de onde aconteceu o Festival Nova. Já fazia quase um mês dos atentados e ainda haviam terroristas escondidos.
“Foi muito difícil entrar nas casas, ver as atrocidades que tinham sido cometidas pelo Hamas, encontrar corpos e inclusive terroristas vivos. Nós dormíamos na creche e me sentia profundamente triste ao me deparar com desenhos e fotos das crianças que moravam lá antes dos ataques”, disse ele.
Henry mostrou imagens e deu detalhes sobre diversas situações que ele e seu batalhão vivenciaram durante a invasão a Gaza, momentos de combate, e situações como a de crianças enviadas pelos próprios pais para serem espiãs ou escudos humanos e momentos muito difíceis como quando o seu batalhão perdeu cinco soldados em uma embosacada em Khan Yunis.
“ O exército de Israel é um dos mais éticos do mundo. Gosto de aproveitar encontros como o de hoje, inclusive para mostrar a influência que a imprensa tem sobre aquilo que acontece no conflito. Sempre trago imagens que acabei filmando na faixa de Gaza com a minha GoPro e acabo rebatendo essas fake news que tentam fazer hoje contra Israel aqui no Brasil”, destacou Henry.
Hoje tivemos a oportunidade de escutar sobre o que acontece em Gaza diretamente de alguém que esteve lá e relatou em primeira pessoa. Henry nos contou suas experiências, seus medos e inquietudes. Precisamos relembrar como tudo começou e que Israel foi atacado. Perdemos muita gente e, cada um dos que perdemos é como se fossem membros da nossa família”, concluiu o Ricardo Berkiensztat.