04.06.24 | Mundo
Eleição de Claudia Sheinbaum, como presidente do México, pode contribuir para conter o antissemitismo na AL?
Em matéria no jornal israelense Israel Hayom, o jornalista Joseph Bouchard comenta a possibilidade de a eleição de Claudia Sheinbaum, como presidente do México, contribuir para conter a onda de antissemitismo na América Latina.
Filha de pais judeus e avós que emigraram da Europa para o México para escapar do Holocausto, Sheinbaum tem como desafio conter a violência no país, que já causou a morte de dezenas de candidatos políticos por organizações criminosas que tentam intimidar as novas lideranças. A taxa de homicídios do México está entre as mais altas do mundo, e mais de 100 mil pessoas continuam desaparecidas no país. O país também é um lugar perigoso para as mulheres, com taxas altíssimas de feminicídio – com dados mostrando que cerca de 10 mulheres são assassinadas por dia.
Atos antissemitas no México também aumentaram significativamente desde os ataques de 7 de outubro do Hamas. A América Latina é o lar de aproximadamente 500 mil judeus, com cerca de 60 mil só no México (de um total de 130 milhões de pessoas).
O Irã desempenha um papel significativo de apoio às atividades antissemitas na região, apoiando e financiando regularmente ações contra as comunidades judaicas. Nos últimos cinco anos, o Irã assinou vários acordos com governos latino-americanos e apoia organizações terroristas, como o Hezbollah, responsável por dois grandes ataques contra a comunidade judaica na região: em 1992, contra a embaixada israelense na Argentina, e em 1994 contra a organização judaica AMIA também nesse país.
Embora Sheinbaum se identifique como uma judia secular, como a maioria dos judeus mexicanos, a sua eleição pode representar muito para o futuro dos judeus na América Latina.