04.06.24 | Mundo

Morte de Franz Kafka completa cem anos

Ícone da literatura mundial, Franz Kafka, que nesta segunda (3/6) completou cem anos de morte, é um dos mais famosos autores de língua alemã e seus textos são considerados por muitos escritores como universais e atemporais. Lido em todos os continentes, reverenciado nos meios intelectuais e cujas obras já foram adaptadas para o palco e para as telas, Franz Kafka se tornou famoso não somente por sua obra literária, mas pelo fato de boa parte dela ter sido publicada a sua revelia. Isso porque seu melhor amigo, Max Brod, não atendeu a um pedido seu e publicou, após sua morte, textos inacabados, como "O Castelo" e "O Processo" - em seu leito de morte, Kafka pediu em carta que Max Brod queimasse seus diários e textos ficcionais inéditos, alguns incompletos.

Autor de obras como "O Veredito", "Na Colônia Penal", "A Metamorfose", "Um Médico Rural" e, especialmente, "Um Artista da Fome”, Kafka morreu como um ilustre desconhecido, sem ter tido o seu merecido reconhecimento. Escreveu cartas, diários, contos, romances. Seu melhor amigo, o também escritor Max Brod, que conhecera durante o curso de Direito, reconheceu seu talento literário, encorajando-o a publicar. Mas Kafka duvidava da própria capacidade.

Em 3 de junho de 1924, a um mês de seu 41º aniversário, Kafka morreu de tuberculose.

Por motivos ideológicos e raciais, o então regime nacional-socialista da Alemanha (1933-1945) baniu e mandou queimar todas as obras do escritor judeu. Assim, ele acabou primeiro ficando mais conhecido no exterior, embora hoje seus livros sejam leitura obrigatória nas escolas alemãs.

Autores como Clarice Lispector e Jorge Luis Borges reconheceram a influência de Kafka, de forma direta ou implícita. O Nobel da Literatura colombiano Gabriel García Márquez (1927-2014) revelou ter sido a leitura de “A Metamorfose” que o inspirou a escrever textos literários, segundo noticiou o site Deutsche Welle.

Para o poeta baiano Jorge Augusto, um dos convidados a reinterpretar Kafka, o autor tcheco remete a um compromisso entre literatura e demanda coletiva.

Autor de uma monumental biografia de Kafka (o primeiro volume, “Os anos decisivos”, foi publicado no Brasil pela Todavia), o austríaco Reiner Stach acredita que os escritos do tcheco têm aquele algo a mais que faz cada nova geração sentir “um impulso de se envolver com eles novamente”. “Não há nenhum outro autor do século XX que tenha atraído e inspirado tantas pessoas criativas, às vezes extrapolando os limites da literatura — a exemplo de ilustradores e pintores, diretores de cinema, compositores, atores e profissionais do teatro”, escreveu Stach, em artigo publicado no site do Goethe Institute, em janeiro deste ano, segundo noticiou O Globo.


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