12.06.24 | Mundo

“Conflito Israel-Hamas: Um Olhar sobre a Hipocrisia e a Legitimação Histórica”

Em artigo no JusBrasil, o advogado Julio Benchimol Pinto aborda questões antigas antissemitas, trazidas à tona com o atual conflito Israel-Hamas. Diz o texto:

O recente conflito entre Israel e o Hamas trouxe à tona um debate antigo, muitas vezes alimentado por desinformação e preconceito: uma campanha antissionista e antissemita que nega o direito de Israel existir e de se defender. Este artigo pretende desmontar as falácias dessa campanha, reafirmando a legitimidade histórica do Estado de Israel e destacando as hipocrisias internacionais, notadamente a posição contraditória de países como a Espanha.

Desde sua fundação em 1948, Israel tem sido alvo de questionamentos sobre sua legitimidade e direito à autodeterminação. A criação de Israel foi uma decisão endossada pela comunidade internacional, em conformidade com a Resolução 181 da ONU, que recomendou a partilha do Mandato Britânico da Palestina em estados árabes e judeus, reconhecendo o direito do povo judeu a um lar nacional em sua terra ancestral.

A ligação dos judeus com a terra de Israel é profunda e milenar. Desde os tempos bíblicos, o povo judeu habitou a região, com Jerusalém sendo o centro religioso, cultural e político. Durante o exílio e a diáspora, os judeus sempre mantiveram uma presença contínua na Terra de Israel. A declaração de independência em 1948 foi o culminar de um movimento nacionalista judaico que buscava restaurar a soberania do povo judeu em sua terra histórica.

Uma narrativa antissionista, que busca deslegitimar o direito de Israel de existir, ignora ou distorce esses fatos históricos. Argumenta-se que os judeus não têm legitimidade para habitar a região, enquanto os direitos históricos dos palestinos são enaltecidos sem a devido contextualização. No entanto, a presença judaica na Terra de Israel é inegável e antiga, comprovada por critérios históricos e destruídos.

A criação do Estado de Israel também foi uma resposta à tragédia do Holocausto, em que seis milhões de judeus foram exterminados pela Alemanha nazista. A necessidade de um refúgio seguro para o povo judeu tornou-se mais evidente do que nunca. Negar o direito à autodeterminação do povo judeu é uma herança histórica e uma violação dos princípios de justiça que a comunidade internacional defende.

Antissionismo e Antissemitismo: A Nova Face do Preconceito

O antissionismo muitas vezes se disfarça de crítica política, mas é uma forma moderna de antissemitismo. O que diferencia o antissionismo do antissemitismo clássico é o foco no Estado de Israel. Questionar o direito de existência de Israel enquanto nenhum outro país enfrenta tal escrutínio revela um preconceito discriminatório.

A crítica às políticas de um governo é legítima em qualquer democracia. Israel, como qualquer outro país, está sujeito a críticas por suas ações políticas e militares. No entanto, o antissionismo ultrapassa essa linha ao negar o direito de Israel de existir como estado soberano. Isso não é uma crítica política, mas uma postura discriminatória.

Os ataques contra Israel não são apenas físicos, mas também ideológicos. Há uma campanha coordenada que visa deslegitimar a existência do Estado de Israel por meio de narrativas falsas e manipuladas. Um exemplo claro dessa manipulação é a alegação de que os judeus não têm direito à terra de Israel. A conexão judaica com a terra é antiga e bem documentada, e ignorar esses fatos promove a ideia de que Israel é um estado colonial sem raízes legítimas na região.

Outro aspecto do antissionismo é a negação do direito de Israel à autodefesa. Em muitos casos, a resposta de Israel a ataques terroristas é retratada como desproporcional ou injustificada, enquanto ações de grupos como o Hamas são minimizadas ou justificadas. Essa dupla moral não confirma o direito básico de qualquer estado de proteção de seus cidadãos contra ameaças externas.

A campanha antissionista também se manifesta em movimentos de boicote, desinvestimento e avaliações (BDS) contra Israel. Esses movimentos visam isolar e deslegitimar Israel na arena internacional, muitas vezes questionando sua própria existência. Isso é evidenciado pela falta de demandas semelhantes contra outros países com histórico de direitos humanos.

Além disso, o antissionismo muitas vezes se sobrepõe ao antissemitismo clássico. Os ataques contra judeus em todo o mundo freqüentemente aumentam durante os períodos de conflito em Israel, revelando como a retórica antissionista pode alimentar o ódio contra judeus em geral.

Leia a íntegra do artigo, acessando o link: https://www.jusbrasil.com.br/artigos/conflito-israel-hamas-um-olhar-sobre-a-hipocrisia-ea-legitimacao-historica/2541252318


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