12.06.24 | Mundo
Brasileira Mary Shohat relata a dor com a morte de seu irmão, Michel, após meses de peregrinação em busca de notícias
Em declarações a Amanda Péchy, na revista Veja, a brasileira Mary Shohat relata a dor de saber, após oito meses de uma peregrinação em busca de notícias, que seu irmão, Michel Nisembaum, foi assassinado pelo grupo terrorista Hamas.
“Quando ouvi o telefone tocar, minha espinha gelou. Foi numa sexta-feira, às 7 da manhã, e sabia que não era notícia boa. Do outro lado, escutei a voz do soldado israelense encarregado de atualizar nossa família sobre o paradeiro de meu irmão, Michel Nisembaum (no porta-retratos), um dos 125 reféns na lista atual”, diz ela.
Mary relatou a sua peregrinação como ativista “para chamar a atenção para a questão dos reféns, que ficou escanteada na guerra”. “Acho que o Hamas precisa ser eliminado. Esses terroristas são piores que os animais. Não matam por instinto, mas por esporte. Por outro lado, não sei se o governo israelense fez tudo o que pôde para trazer meu irmão com vida, assim como para recuperar os demais reféns capturados. Tive esperança de que o governo Lula exercesse alguma influência nas negociações pelo cessar-fogo, o que faria com que todos voltassem para casa. Não aconteceu. Por agora, decidi dar uma pausa. Minha mãe segue abalada, a saúde deteriorada. Quero ter um tempo com a família. Nisso, me inspire no meu irmão, um excelente pai e avô, que gostava de fazer piada com tudo. Torço para que voltemos a ter razão para rir”.