02.07.24 | Mundo

‘Não há futuro para os judeus na França’, diz rabino da Grande Sinagoga de Paris

“Está claro hoje que não há futuro para os judeus na França”, disse o rabino-chefe da Grande Sinagoga de Paris, Moshe Sebbag, em entrevista a Michael Starr, do Jerusalem Post, publicada na segunda-feira (1). "Recomendo aos jovens que se mudem para Israel, ou para um país mais seguro", disse ele.

Em declarações anteriores ao JPost, Sebbag tinha adotado um tom mais cauteloso e otimista, manifestando esperança de que a situação para ao judeus iria melhorar na França, apesar de suas preocupações com o aumento do antissemitismo no país.

Agora, após a vitória do partido de ultradireita Reunião Nacional (RN) no primeiro turno das eleições parlamentares francesas do último domingo, o rabino-chefe da Grande Sinagoga de Paris, Moshe Sebbag, lançou dúvidas sobre o futuro dos judeus na França.

“Cada país tem a sua história e a sua história faz parte da sua identidade”, disse o rabino ao lembrar que a França acolheu muitos imigrantes judeus após a Segunda Guerra. “Depois de algumas gerações, os judeus franceses se sentem muito franceses”. Imigrantes judeus que se instalaram na França após a Segunda Guerra se adaptaram bem à cultura francesa, aprenderam o idioma e se integraram plenamente à sociedade, o que não aconteceu com a mesma facilidade com imigrantes de outras origens, lembrou o rabino, ao destacar que a França vive hoje uma crise de identidade e integração.

Jean-Marie Le Pen, fundador do partido Reunião Nacional, foi acusado de antissemita e de simpatizar com nazistas. Sua filha, Marine Le Pen, tem tentado se distanciar dessas associações, focando na proteção da identidade e cultura francesas.

Entretanto, a crescente tensão entre diferentes ideologias dentro do país, especialmente em relação à imigração e à cultura, coloca os judeus em uma posição difícil, sem o apoio claro de um aliado político confiável.

Após a derrota de seu partido na primeira etapa das eleições, o presidente francês, Emmanuel Macron, passou a apoiar implicitamente um partido de extrema esquerda, conhecido por posições antissemitas e pró-Hamas.


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