Campos de refugiados no norte da Cisjordânia, como o de Tulkarem, têm sido foco de militância por anos, muito antes da guerra Israel-Hamas, como forma de resistência à expansão de assentamentos israelenses e de luta contra o fracasso do processo de paz em busca de um Estado palestino. Mas, após o 7 de outubro, o Hamas passou a incentivar todos os palestinos a se juntarem à sua luta contra Israel e alguns jovens militantes, como Muhammad Jaber, 25, querem expulsar os israelenses da Cisjordânia, de acordo com matéria de Steven Erlanger, do NYT, publicada na Folha de S.Paulo.

Mais armas e explosivos estão sendo fabricados na Cisjordânia, de acordo com os próprios combatentes e autoridades militares israelenses. Eles afirmam que a Autoridade Palestina —dominada pelo Fatah— está perdendo terreno para as facções palestinas mais radicais, que recebem mais apoio do Irã na forma de dinheiro e de armas contrabandeadas para o território.

O Fatah reconhece o direito de Israel de existir e coopera com seu Exército. Mas alguns dos militantes afiliados ligados ao grupo — parte das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa —, nunca respeitaram a Autoridade Palestina e seus compromissos com Israel. Alguns, como Jaber, simplesmente declararam sua nova lealdade às facções radicais.

Jaber, mais conhecido por seu nome de guerra - Abu Shujaa, “Pai dos Corajosos” -, comanda o ramo local da Jihad Islâmica, que domina o campo de Tulkarem. Ele também lidera um coletivo de todas as facções militantes daquela área, incluindo a Brigada dos Mártires de Al-Aqsa, conhecida como Khatiba. Jaber disse ter saído do Fatah porque a Jihad Islâmica e o Hamas estavam efetivamente lutando contra Israel.