03.06.25 | Brasil
Evento na UERJ promove o Hamas e defende o ataque terrorista de 7 de outubro de 2023
Um evento realizado no último dia 27 na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) reuniu palestrantes que falaram em defesa do Hamas e dos ataques terroristas que mataram mais de 1.200 pessoas em Israel em 7 de outubro de 2023, de acordo com matéria de Bruno Sznajderman, na Gazeta do Povo. Sob o tema "Nenhum passo atrás: deter o extermínio em Gaza e a intervenção sionista no Brasil!", o evento, organizado por entidades pró-Palestina, foi realizado no auditório do 11º andar da instituição pública e contou com a presença de ativistas, membros do MST, de partidos políticos, e de Cláudia Assaf, diplomata do Itamaraty que atua na Embaixada do Brasil em Burkina Faso.
Durante o ato foram exibidos cartazes enaltecendo Yahya Sinwar, o líder do Hamas que arquitetou os ataques de 7 de outubro e que foi morto pelo exército israelense durante o atual conflito em Gaza. Um dos participantes exibia com orgulho a bandeira do Hamas.
Do lado de fora do auditório, nas dependências da universidade pública, simpatizantes vendiam camisas do Hezbollah e broches do Hamas.
De acordo com a matéria, cada palestrante falou por cerca de 10 minutos e alguns dos discursos faziam uma defesa aberta de grupos terroristas do Oriente Médio.
Thiago Guilherme Faria, advogado da diplomata Cláudia Assaf, defendeu um combate armado ao que chamou de "intervenção sionista no Brasil".
"Não existe crime em defender os movimentos de resistência, seja o Hezbollah no Líbano, o Hamas em Gaza. O Brasil não categoriza essas entidades como organizações terroristas. Muito diferente do que as pessoas estão falando. Pelo contrário, são organizações de resistência, e sim, muitas vezes a resistência tem que se dar por meio da luta armada", disse o advogado. Sua fala foi interrompida por aplausos do público e da mesa, e gritos de "viva o Hamas!".
Outro a defender grupos terroristas foi o representante do Partido da Causa Operária (PCO), que iniciou sua fala criticando partidos de esquerda que não fazem uma defesa aberta dos “movimentos revolucionários que prezam pela luta armada no Oriente Médio, como o Hezbollah, a Jihad Islâmica, os Houthis do Iêmen, o Talibã e todos os povos que se levantam contra o imperialismo."
Ao final de sua fala, o representante do PCO prestou solidariedade a Lucas Passos, brasileiro de 35 anos condenado a mais de 16 anos de prisão por terrorismo. Segundo a Polícia Federal, Lucas é suspeito de participar do planejamento dos ataques que aconteceriam no DF. Ele foi preso em novembro de 2023 ao desembarcar no Aeroporto de Guarulhos, quando voltava de uma visita ao Líbano.
De acordo com a matéria, um aluno judeu da UERJ que não quis se identificar disse que “as manifestações pró grupos terroristas vêm crescendo muito desde o 7 de outubro, antes disso, a gente via algumas pichações em banheiros, dizeres de 'morte aos sionistas', coisas mais pontuais”. “Depois do início da guerra, essas manifestações e eventos aumentaram muito. Muitos cartazes mentirosos em relação a guerra, alguns remetendo a símbolos judaicos, com objetivo de desumanizar os judeus”.
Ele afirma que os eventos normalmente se apresentam como "moderados", somente pró-Palestina, sem a promoção de grupos terroristas em sua divulgação. Porém, na prática, o "objetivo é desumanizar os judeus sionistas. Isso dentro de um espaço público, sendo financiado pelo poder público de certa forma".
A reportagem da Gazeta do Povo afirma ter recebido denúncias de alunos que afirmaram que eventos como esse vêm ganhando força, especialmente após o 7 de outubro. De acordo com os entrevistados, alunos judeus afirmam terem medo de frequentar o espaço público universitário.