06.10.25 | Mundo
Estudo mostra que antissemitismo é visto como algo comum na vida judaica dos EUA
O site Times of Israel publicou matéria sobre recente estudo conjunto da ADL (Liga Antidifamação) e de organizações judaicas dos Estados Unidos que mostra que muitos judeus americanos já convivem com o antissemitismo como algo “comum” e se preparam para os piores cenários.
De acordo com o estudo da ADL e das Federações Judaicas da América do Norte (JFNA), mais da metade dos judeus americanos dizem ter sofrido algum tipo de antissemitismo no último ano e muitos agora consideram essa hostilidade como algo comum da vida judaica.
A pesquisa, realizada em parceria com pesquisadores da Universidade de Columbia, foi feita com cerca de 5.000 adultos judeus. Desses, 55% relataram ter sofrido pelo menos uma forma de antissemitismo nos últimos 12 meses, enquanto 57% disseram que o antissemitismo se tornou "uma experiência comum" dentro da vida judaica no país.
Incidentes antissemitas aumentaram em todo o país desde o início da guerra em Gaza, como consequência do ataque terrorista lançado pelo Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023. A ADL registrou mais de 9.000 incidentes de assédio, vandalismo e agressão em 2024, o maior número desde que começou a rastrear esses dados em 1979.
O relatório confirmou que os judeus americanos têm preocupações significativas com a sua segurança e que muitos sofrem consequências psicológicas dessa apreensão. A pesquisa mostra que cerca de 79% dos judeus estão preocupados com o antissemitismo, 48% tomaram medidas para aumentar sua segurança pessoal e 33% dizem se preparar para o pior cenário. Entre este último número, muitos têm planos para deixar o país (14%) ou adquirir armas (9%).
“É profundamente triste saber que judeus americanos estejam agora se preparando para os piores cenários”, disse Jonathan Greenblatt, CEO da ADL, com a qual a CONIB tem parceria. “Quando judeus americanos – que construíram vidas, carreiras e famílias aqui por gerações – estão fazendo planos de contingência para fugir, devemos reconhecer isso como um alarme de incêndio para todo o nosso país. E este não é apenas um problema judaico, é um problema americano que exige ação imediata de líderes em todos os níveis”, alertou Greenblatt.